sábado, 17 de julho de 2010

O que me resta

(De algum momento do ano passado, escrito no caderno de Fisico Quimica.)

Sobrou o quarto semi-vazio
A capacidade de pensar
Os poucos livros na estante
Alguma música
A rede abandonada.

Sobrou a poeira dos discos
Os pregos nas paredes
Espaço entre os braços
O frio das mãos.

Sobrou uma única escova no banheiro
E o teu cheiro no lugar
O filme que não te pertencia
E o seu lugar á mesa que sequer existiu.

Sobrou os sonhos abandonados
Um bilhete amassado
Um desejo bem guardado.

Aliás, muito sobrou
Do pouco que restou de ti.

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