segunda-feira, 26 de julho de 2010

Versos simples

O mundo estara sempre sob uma linha tênue.
A realidade mais, já que é tão singular: individual.
Os meus olhos enxergam o que você nunca ve. E vice versa.
A minha verdade, ou a tua.
A nossa não há. Não se admite plural.
A verdade anda só como nós.

sábado, 17 de julho de 2010

O que me resta

(De algum momento do ano passado, escrito no caderno de Fisico Quimica.)

Sobrou o quarto semi-vazio
A capacidade de pensar
Os poucos livros na estante
Alguma música
A rede abandonada.

Sobrou a poeira dos discos
Os pregos nas paredes
Espaço entre os braços
O frio das mãos.

Sobrou uma única escova no banheiro
E o teu cheiro no lugar
O filme que não te pertencia
E o seu lugar á mesa que sequer existiu.

Sobrou os sonhos abandonados
Um bilhete amassado
Um desejo bem guardado.

Aliás, muito sobrou
Do pouco que restou de ti.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ser ou não ser? eis a questão

Estamos o tempo inteiro tentando ter as qualidades de um certo alguem ou os defeitos que julgamos interessantes para uma personalidade. A criação, o lugar onde se vive, as amizades, talvez sejam fatores que influenciem em quem desejamos ser. tempo inteiro estamos submetidos a ladainhas e mentes fechadas que diversas vezes tentam fazer com que tenhamos as mesmas ideias e pensamentos.Mesmo que tenhamos nossos ideais diferenciados e nos tornarmos marginais, muitos ainda estarão conosco, apesar de ainda assim termos um senso crítico, sobre coisas ao nosso redor, aguçado. O problema está em exigir demais de mim mesma, seria muito mais prático seguir toda essa gente que me rodeia, estando com a turminha mais popular do bairro, saindo para os "melhores" lugares com as pessoas mais iguais.
Seria mais fácil. Do que querer ser diferente. O que também hoje em dia é algo bem relativo, conheço bastantes pessoas "diferentes", acho que ser diferente está deixando de ser diferente, está passando a ser normal, de tanto que tem gente assim.
O problema está novamente na palavra. Até quem tem um pensamento diferenciado, confunde isso e muda coisas normais como a vestimenta, por exemplo, mas novamente estão seguindo algo que alguém disse "se você pensa diferente, vá se vestir diferente daqueles outros". Ou seja, SEMPRE estamos vivendo em função de outras pessoas e lugares.
No meu caso não consigo nem me ver livre de mim mesma, estou cansada dessa minha discurssão, estou cansada dessa minha opinião, ela me segue em toda parte, em cada situação que vejo, em cada situação que ouço falar, nem mesmo em minha mente, em meus sonhos poderia dizer que estou livre, sinto que às vezes preciso de uma explicação e uma justificativa para cada coisa que se passa em minha cabeça. Isto está certo? No final, todos estamos seguinto alguma crença, mesmo que diferentes.

domingo, 11 de julho de 2010

Crer

O pior castigo que alguém pode merecer é a incredulidade. Porque com ela, normalmente, vem a indiferença. Imaginem quando a própria voz ecoa no vento, no nada, e não ressoa pra ninguém. Pode-se falar, espernear, dizer em todas as línguas possíveis, até tentar dar algum exemplo em contrário, e nada. A criatura fica ali, parada no vácuo.
Todo o esforço que porventura fizemos para tentar mostrar a nossa alma, ou mesmo provar o valor da nossa honra, ou a nobreza dos nossos atos, pode ir por terra em um minuto. E depois não adianta mais nada.
Porque a incredulidade é tão cética que não acredita nem nela mesma. O príncipe virou sapo, o palhaço saiu do picadeiro, o filme acabou e ninguém entendeu o roteiro, a piada terminou e ninguém riu. Descrença é como isso. Não adianta tentar remendar depois.
A fé se foi. O sonho findou. O castelo ruiu sobre a areia. O cristal quebrou. É o fim? Não sei. Também não creio em fins. Creio em reinícios. São difíceis, são árduos, dependem de muito esforço e uma enorme plástica na cretinice, mas talvez, só talvez, tenha jeito.
A descrença pega. Mina uma pessoa, transmite-se a quem tá na volta e de repente tá todo um planeta olhando pra o sujeito de uma forma agnóstica. Por isso sempre vale a pena o trabalho de reconquistar o elo perdido com a fé alheia. Porque quando um mundo passa a desacreditar em alguém, difícil esse alguém continuar a acreditar em si. Porque o nosso valor precisa de espelho. Tem que bater no mundo e retornar respaldado. Pode ser que eu seja inocente, ou até muito crédula pra dizer isso, mas a verdade é que, apesar dos horrores que tenho visto e ouvido, continuo a crer na humanidade.Tudo depende do tamanho da alma de cada um. A minha é grande. É crente, até boba. Fazer o quê.
Pode ser que a providência ainda acredite em mim... isso seria bom.

sábado, 10 de julho de 2010

Era estranho e confortavel ver surgir aquela presença no ar. Era como parar de respirar e ao mesmo tempo se encher de oxigênio. Como se o mundo fosse indo mais devagar até você perceber: é, é isso mesmo... não é miragem.
Ai sozinha você sonha, imagina, cria e recria diversas cenas se pega pensando que dá proxima vez dirar isso ou aquilo quando na verdade você não dira nada do que tinha inventado.
E te longe você vai acompanhando cada passo, cada movimento, cada vestigio de vida que ele toma tão perto e tão longe de você. É louco, é obsessivo mas já está fora do seu controle. Não há nada mais que se possa fazer.
Você toma decisoes e as muda no próximo segundo. Ira fazer isso, mas agora ira fazer aquilo. Dizer tal coisa, tomar tal atitude. Não fara nada disso.
E você pergunta: e agora? O mundo desaba ou eu fico louca?
Nada! Você dá tempo.
Logico que essa parece ser a ideia mais idiota do mundo. Mas você sadiamente dar um tempo.
E vera que suas decisoes são suas, que voce tem certeza dela, que o mundo não para, que era só mais um.

domingo, 4 de julho de 2010

Gone With the wind

http://jessicadarling.files.wordpress.com/2007/09/gone_with_the_wind.gif

Acabei de ver um clássico do cinema: E o vento levou! Tirando minha raiva do casal lindo acima não ficar juntos (eu sempre acabo sem querer contando finais) e o fato do filme demorar mais de 3 horas, é simplesmente magnifico! Lindo, lindo. Mostra que possui uma paixao incrivel de quem escreveu e atuou.
Mas o post não é principalmente disso e sim da inspiração que um dos pontos do filme me deu.
Na história, toda a sociedade depois de um tempo critica Kate Scarlett, mas o que ninguem sabe e ninguem viu foi ela enfrentando a guerra sozinha, fugindo sozinha, defendendo uma criada babaca, a esposa do amor da sua vida e seu recem filho, e a si propria claro. Ninguem viu que ela passou fome, cedo, sentiu medo, viveu loucuras... Por isso era tão obcecada a nunca ficar pobre, a nunca mais sentir a falta. E por todo lugar, nós sempre fazemos isso. Julgar.
Não ponho a culpa em terceiros, tambem faço isso. Creio que o julgamento já tenha passado de ser consciente: a critica parece estar já nos olhos, a mente não escolhe. Você olha, pronto já julga.
Quando você ve aquela garota que fica com cinco e não quer nada sério com nenhum deles, voce olhou esquisito, torceu o nariz. Mas e se ela se apaixonou por outros e prefere agora ser assim, nao ligar pra sentimento nenhum? '' Ah não justifica ''. Por que? Por que suas justificativas justicam mais que a de alguem? Quem definiu o que é mais certo? Mais adequado?
Não sei, mas já é uma caracteristica tão humana como ver e respirar.
Agora para mim não justifica você recreminar alguem por isso.
Conceitos são tão falhos, já passou da hora de todos saberem disso. E utilizar essa sabedoria.

Do you wanna be a american idiot?

Bem-vindo, ou devo dizer: Welcome to the american way of living!
Prazer somos a nação da midia, não precisamos de sonhos quanto temos a televisão para ditar o que queremos. Não, não somos obrigados a seguir, mas você não quer ser um idiota social, quer? Sim por que vivemos todos iguais perante a lei, a lei da moda. Fazemos tudo que for possivel para destaque, até criamos a moda de não estar na moda, pra ser diferente, sabe ser legal.
Tudo aqui é feito para ser aceito. Temos mulheres lindas fruto de horas de degradação corporal, e homens tambem. Massa muscular gera suspiros, baby. Explodimos na sexualidade. Enfim esse poderia ser nosso ponto de fuga, humanos: aaah agora sim! Ah não, não foi dessa vez... Tambem usamos a sexualidade como maneira de sermos superiores e no sobresair socialmente. É, isso ainda é chamado de sociedade. Não pera lá, tem aqueles que nunca farao sexo sem um grande amor. Se liga, voce tambem é modinha e tambem esta sendo ditado. Seguir com a pele, o corpo: a coragem para tal morreu nos anos 80?
Estamos todos então rodiados por mentes insanas que automaticamente não pensam? Não, estamos cercados de mentes que não se libertam.

''Bem, talvez eu esteja fodendo a America.
Mas eu não sou parte de um grupinho ignorante
Agora todo mundo faz propaganda.
E canta junto feito um bando de paranoicos ''

Créditos a inspiração dada por Green Day - American Idiot, obvio..

sábado, 3 de julho de 2010

Bom, lembraram de mim com esse texto e eu realmente adorei. Sério!

'' Eu já não me importo com o que pensam sobre meus modos, cabelos, roupas, piercings e tatuagens. Eu já não me importo com bom hálito, dentes brancos, aparência e higiene. Eu não me importo com banho, fome, festas e beijo na boca. Não me importo comigo, com o alcoolismo, com a dependência química, nem com você.
Eu bebo o que eu quiser, eu me drogo quando eu quiser, eu ouço o que eu quiser e transo com quem eu quiser, também. Eu não uso rosa, eu não ouço MPB, eu não sou virgem e nem minha primeira vez foi especial. Eu não uso salto alto, não sou magra, não me encaixo nos perfis de beleza, não faço as unhas e não demoro uma hora pra me arrumar. Não estudo, não trabalho, não sou o orgulho dos meus pais e muito menos os obedeço. Tenho sete piercings, doze tatuagens, ficha na polícia e apenas vinte anos. Eu não leio, eu não combino roupas e não faço papai-e-mamãe debaixo dos lençóis. Mas a felicidade bate à minha porta todos os dias para entregar o jornal.

E, além de tudo, eu tenho uma coisa que você não tem: caráter. ''

Be Young

You take a deep breath. And you walk through the doors. You say hi to your friends, try and stay out of everybody's way. Somebody tells you they love you, you're gonna believe them. There's nothing to figure out. But count to ten, take it in. This is life before you know who you're gonna be. Laughing at the other girls who think they're so cool. We'll be out of here as soon as we can. In your life you'll do things greater. When all you wanted was to be wanted. Wish you could go back and tell yourself what you know now. Don't forget to look before you fall. I've found time can heal most anything. And you just might find who you're supposed to be. I didn't know who I was supposed to be. Your very first day. Take a deep breath, girl. Take a deep breath as you walk through the doors

Hapiness is only real when shared

Hoje assisti um filme, Na natureza selvagem, de direção do meu querido Sean Penn, e com esse filme eu consegui refletir inumeras coisas.
Eu sempre fui '' estranha e sozinha''. Por inumeras vezes não me entreguei em fortes emoçoes, fortes sentimentos e principalmente: fortes ligações. Expectativas sempre machucam, e pessoas nunca são confiaveis. Sempre pensei e agi assim.. E talvez antes de hoje eu nunca pensado na hipotese de estar errada mas então naquela tela ao final do filme, depois de estar enloquecida e idolatrando ''Alex'' vejo sua anotação: Felicidade só é verdade quando compartilhada.
E me assustei.
Era obvio que essa seria a primeira reação: como assim?
Depois de todo o trajeto, depois dele conseguir realizar tudo aquilo que queria sozinho... Entao eu vi. Vi o que ele diz: '' Se estivessemos abraçados agora sobre este céu azul, será que eu estaria vendo tudo aquilo que só vejo agora? '' E é ai que eu me peguei falhando.
Diversas vezes onde confiei e me entreguei em alguem no final minhas expectativas desmoronavam e eu me ferrava.. Então eu resolvi não dar esse tipo de abertura e ir me protejando nessa bolha e casulo. Eis o camelão: eu. Sempre mudando, fugindo, me adaptando por sobrevivencia. Mas sobreviver não é viver.
Hoje me entrego enfim de cabeça há algo escuro e sublime, onde não pretendo ver aonde dá.
Machura mais? Menos? Não quero saber.
Quero ir, quero pular, sem volta